sábado, 27 de abril de 2013

Um mundo maior do que os nossos olhos veem


Ceticismo em torno de um projeto acadêmico sobre funk e feminismo. A crítica veio de uma jornalista e dividiu reações. Que diriam então os críticos sobre matérias acadêmicas que se dedicam a estudar quadrinhos, séries americanas de TV, Geração Beat, cultura pop, política Queer, prostituição na literatura? Ah, besteira! E um programa de mestrado inteiro voltado para os Beatles? Beatles são os Beatles. Fizeram história na música e não se compara com essa merda de funk, diriam alguns (muitos). Pois bem, céticos, temas como esses são objeto de pesquisa em programas de pós-graduação nas áreas de comunicação e cultura de algumas universidades europeias e norte-americanas. 

Neste semestre tenho uma disciplina chamada Graphic Novel. As discussões não são apenas interessantes, mas sobretudo construídas em cima de rica base científica. E há ainda outras cadeiras sobre os processos da atualidade. Aliado a eles, os professores oferecem contato com as teorias tradicionais, trazem velhos conhecidos da academia, como Deleuze, Foucault, Adorno, Derrida, W.Benjamin (citando alguns) e apresentam-nos, claro, novos pensadores. Afinal de contas, o mundo é dinâmico e as reflexões não estancam. 

Quando a universidade, na sua multiplicidade, abre seus olhos, ouvidos e boca para o que rola ao seu redor e tenta entender o funcionamento social, incluindo seus círculos ignorados, quem ganha é a própria sociedade. As rodinhas fechadas dos intelectuais são importantes e têm seu papel, mas há muita vida além desses muros. Enfim, tudo isso para expressar minha humilde posição a favor do conhecimento, seja ele produzido a partir do que vem dos guetos, das favelas ou da high society.


Os livros sábios fazendo a vez dos três macacos sábios 

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