quarta-feira, 23 de março de 2011

Confissao - lembrancinhas e mapa

O Brasil é uma lembranca constante e, de vez em quando, essa lembranca se materializa bem na minha frente. Há poucos dias essa materializacao ocorreu duas vezes:

SITUACAO I

Depois de um tempao à procura de um endereco complicado, surge um alemao gentil e sorridente. Ele tira do seu bolso um celular moderninho e tentar encontar a rua por meio do Google Maps na internet do telefone. Ele passa minutos com o celular na palma da mao estendida, mostrando o mapa e explicando os possíveis caminhos a seguir. 

A lembranca do Brasil:  Quando, em Sao Luís (e em outras capitais), poderia-se imaginar que alguém tiraria, de noite, no meio de uma rua deserta e meio escura, o seu celular com internet para desconhecidos? Mostrar as direcoes falando, sim, mas mostar aparelho eletronico... sei, nao! 

SITUACAO II

Consultório médico, cada um na sua esperando ser chamado. De repente, comeca a tocar o instrumental  de “Ritmo da Chuva”. Ou era toque de celular ou campainha, nao deu para identificar. Mas na hora, veio aquele estalo gostoso, como no dia do “Chorando se foi”. 

A lembranca do Brasil: esse toque me fez recordar de umas serestas que, à vezes, dava para ouvir lá de casa. E lembrar também de quando, aos domingos, alguém ligava o som do porta-mala de um carro e colocava um CD das antigas, só de músicas romanticas. Essa cancao estava sempre lá. 

A versao original de Ritmo da Chuva é da década de 60, com The Cascades (Rhythm of the rain), mas ela foi gravada por muitos artistas brasileiros, como Los Hermanos, Fernanda Takai, Peninha, José Augusto, Victor e Léo. Mas acho que, no Brasil, ela se tornou mais conhecida com a versao do cantor Demétrius, na época da Jovem Guarda.  

Notas sobre a busca pelo endereco 

Quando morava no Rio, sempre que eu procurava um endereco desconhecido, bastava perguntar em uma banca de revista e logo o jornaleiro me indicava a rua, dava as referencias e, quando sabia, dizia até o nome de quem eu encontraria lá. Em Sao Luís, o jornaleiro e a molecada na rua também sabiam informar legal.

Já na Alemanha, as informacaoes quase sempre nao sao (tao) precisas. As pessoas nao querem saber o que seu vizinho faz, nem onde fica aquele prédio amarelo em que trabalha fulano e tal. Apesar de nao ter a curiosidade por certos assuntos – diferente dos brasileiros que sao curiosos e, em alguns casos, bem informados até demais com o que nao é da sua conta – , os alemaes até que sao solícitos para dar informacoes.

Mas é verdade que muitos deles sao desinformados sobre o próprio lugar onde moram. Talvez isso explique, em parte, (teoria minha de brincadeira) o grande apego dos alemaes os mapas. Usa-se mapa para ir a tudo que é lugar. É um hábito nacional. Mas essa sistematizacao pode ser mais prática do que sair somente com a cara e a coragem, na procura de um endereco desconhecido. Deveria ter ido com um mapa, confesso. ;D

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